Para deputado, 'estados trabalham contra a aprovação da PEC 300'

A Proposta de Emenda à Constituição que estabelece o piso nacional para policiais e bombeiros (PEC 300) ainda depende de votação em segundo turno em Plenário. Com as recentes greves no setor, o autor da proposta, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), afirmou que a aprovação do projeto seria a saída para a crise que se estabeleceu no país. “A primeira questão para acabar com as greves é a salarial”, garantiu. Segundo ele, os estados trabalham contra a implantação do piso. “Isso porque os estados vão ficar com menos liberdade no orçamento”, explicou. Veja a entrevista concedida com exclusividade à Coluna nesta segunda (5):
O senhor acredita que o piso nacional possa acabar com as greves da categoria?
Sem dúvida. Essa é a primeira questão [salarial], a segunda questão é a da segurança pública porque, atualmente, os comandantes estaduais querem entrar para a segurança pública a fim de se venderem para a segurança privada.
Há estudos sobre o impacto orçamentário dos estados com a implantação do piso?
Eu sou presidente da comissão que tá cuidando do assunto e estou pedindo para todos os governadores informarem isso. Até hoje, só oito deles responderam.
O senhor afirmou em entrevista que os estados trabalham contra o Piso. Por quê?
A ação política dos governos da Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul são contra a aprovação da PEC. Isso porque eles [os estados] vão ficar com menos liberdade no orçamento – não querem comprometer definindo o que é necessário gastar com segurança pública no nosso país. Tem gente interessada na segurança pública só para vender segurança privada.  
Como assim, vender a segurança privada?
Hoje tem policial que faz bico fardado e com arma da corporação. O salário na rede privada já está ultrapassando [o da rede pública]. Isso porque na segurança privada tem disponibilidade para o bico e eles só conseguem o bico sendo oficiais.

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