Artilheiro do Baiano, cria da base tricolor dispara: “Nem penso mais no Bahia”

Em 1996, surgia no Bahia o atacante Júnior, a principal revelação da base tricolor à época. Um ano depois, ao lado de craques como o atacante Fernandão e o meia Alex, ele viria a defender a Seleção Brasileira no Mundial sub-20, competição na qual marcou três gols.
No entanto, na sequência, ele desapareceu. Pelo menos das vistas do torcedor baiano e do noticiário esportivo nacional. E o tempo passou.
Até que, há dois dias, Júnior, atacante do Camaçari, apareceu metendo cinco bolas na rede do Juazeiro, no triunfo por 5 a 3. Comemorou dançando reggae com o massagista Lourenço, pediu música no Fantástico e se isolou na artilharia do Baianão, com sete gols.
Depois de 15 anos, podia-se prever que o atleta estaria envelhecido. Porém, o corpo esguio, o  bigodinho degosto questionável e o faro de gol estão exatamente iguais.
Assim, Júnior ressurgiu. Agora, está com 34 anos, “mas, com corpinho de 20”, com ele mesmo faz questão de salientar.
Da trajetória longe dos olhares dos baianos, traz a experiência necessária para garantir: “estou melhor do que quando comecei. Sempre cuidei de meu físico e hoje sou mais experiente. Por isso, sei que vou lutar pela artilharia do Baiano”.
A experiência de Júnior vem, na maioria, do futebol europeu. Foram cinco anos em Portugal e dois na Itália. “Em Portugal, tive muitas alegrias. Joguei  no Marítimo, da Primeira Divisão, e  subi dois times: o Paços Ferreira, clube com o qual fui campeão da Segunda Divisão, e o Penafiel”, lembrou o atleta.
“Não consegui tudo o que quis na carreira, mas posso dizer que sou  feliz. Morei em dois belos países e com povos amigáveis. É como dizem: Brasil e Portugal são países irmãos”, completou.
Penúria -  Antes de ir para a Europa, contudo, Júnior penou. Além  de ter se sentido desprezado pelo Bahia, passou dois anos sem  poder jogar profissionalmente. Após ter surgido no tricolor, o soteropolitano foi emprestado ao Americano-RJ.
Na volta, em 1999, ficou encostado. Foi quando conheceu o atual técnico do Bahia. “Eu merecia mais atenção. Nunca tive uma continuidade de jogos. Com o Joel Santana, fui deixado de lado. Mas acho que ele não teve  culpa. Era mais uma filosofia do clube mesmo”, acredita.
Com isso, Júnior foi à  Justiça para obter seus direitos federativos. A batalha nos tribunais durou dois anos. Quando voltou a jogar, foi parar no Corinthians-AL. 
 
Apesar de tudo, o hoje maduro atleta não guarda qualquer mágoa no coração. “Futebol é assim: nem sempre se consegue tudo o que se almeja.  A única coisa que gostaria é que,  naquela época, eu tivesse a cabeça que tenho hoje. Teria tido mais sucesso”, afirmou.
 
Por isso, nada de vingança quando reencontrar o tricolor. “Só quero  fazer um grande campeonato pelo Camaçari, que me abriu as portas em 2011. Pena que cheguei já na reta final do Baianão. Depois,  vou lutar para atuar em  um clube maior. Ainda tenho  ambições”.
Júnior fez três no Mundial sub-20 de 97. O  Brasil caiu nas quartas, mas teve duas atuações históricas. Nos 10 a 3 sobre a Coreia do Sul, Junior foi titular e fez dois gols. E nos 10 a 0 na Bélgica, mesmo  entrando na etapa final, deixou o dele.

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